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Coimbra, Portugal
48 anos; Professor do 1ºCEB na EB1 de Almalaguês do Agrupamento de Escolas de Ceira; DESE em Administração Escolar; Mestrado em Família e Sistemas Sociais; Escritor de Literatura Infantil; Preferências: Música e Cinema

domingo, 20 de setembro de 2009

Isabella e o livro misterioso...

Fontinha é uma aldeia pitoresca no Centro de Portugal situada a poucos quilómetros do concelho de Coimbra. Fica situada num planalto revestida por uma vegetação frondosa e verdejante e com quadros maravilhosos pincelados pela Natureza.
Os seus habitantes que rondam os dois milhares vivem felizes nas suas lides diárias que alternam entre o trabalho agrícola e algum artesanato característico daquela região.
A casa de Isabella situa-se nos arredores daquele pequeno aglomerado de casas com alguns traços de antiguidade que o passar dos anos deixou ficar.
Os raios de sol, bem cedo, despertaram os madrugadores para mais um fim de semana que estava a começar, o largo da aldeia, junto da igreja, encheu-se de crianças que brincavam alegremente e conversavam sobre as peripécias vividas ao longo da semana na escola.
As casas abriam as suas janelas de par em par para deixar entrar uma brisa fresca e perfumada enquanto se faziam as limpezas de algum pó que atrevidamente se instalara nos móveis sem ser convidado.
O padre Antunes, o pároco da aldeia aproximou-se dos pequenotes cumprimentando-os efusivamente e participando nas suas brincadeiras, apesar da sua idade já não o permitir.
Entretanto aproximou-se de dois jovens que se encontravam a conversar debaixo de uma árvore frondosa que enchia de sombra aquele largo limpo e bem cuidado, graças ao trabalho do senhor Carlos, o funcionário da Junta de Freguesia, cumprimentando-os.
- Bom dia Marta e Rui, por aqui tão cedo! – Madrugaram ou tiveram insónias durante a noite?
- Bom dia padre Antunes. - responderam as duas crianças em uníssono. – Como o dia estava bonito resolvemos vir até ao largo. - respondeu o Rui com um brilho nos olhos.
A Marta e o Rui são dois jovens com nove anos, frequentam o quarto ano de escolaridade na escola da Fontinha e são colegas de Isabella. O Rui é mais conversador, enquanto Marta é menos comunicativa mas muito responsável. Tal como Isabella são os dois bons alunos, apesar de o Rui por vezes ser um pouco preguiçoso.
Gostam muito de andar na escola e do professor de quem são muito amigos. O professor Esteves, que lecciona há alguns anos naquela escola é muito exigente e gosta que os seus alunos cumpram nas suas tarefas escolares. O Rui por vezes ouve alguns ralhetes quando resolve estar a conversar com os colegas.
A Marta por vezes chama-o à atenção dizendo-lhe que deve estar mais atento para aprender os ensinamentos que o professor nos transmite e que são muito importantes para o nosso futuro.
O padre Antunes estava intrigado com a presença deles ali, afastados dos colegas que brincavam, que não se satisfez com a resposta e voltou a perguntar.
- Estou com a ideia que vocês me estão a esconder alguma coisa, quanto ao motivo porque estão aqui tão cedo! - disse o padre Antunes com um ar meio desconfiado. – Espero que não tenha acontecido nada de mau! - referiu agora com um ar de preocupação desenhado no seu rosto onde se notavam as marcas de uma vida já longa.
- Não, padre Antunes não aconteceu nada. - disse Marta que falou pela primeira vez. – Combinámos com a Isabella em encontrarmo-nos aqui para fazermos um trabalho de pesquisa para a escola sobre os seres vivos, que o nosso professor nos pediu.
- Muito bem. - respondeu o padre Antunes. – E onde é que vão realizar o trabalho? - Se quiserem cedo-vos a igreja. – Desde que não desarrumem nada, estão à vontade.
- Obrigado padre Antunes, mas vamos para a garagem do pai do Rui. - disse Marta.
- Nós costumamos fazer lá as nossas reuniões de grupo. - retorquiu o Rui com um ar muito importante. - Ai! Marta, aleijaste-me, porque é que me deste um beliscão? - perguntou o Rui com cara de poucos amigos.
- Desculpa foi sem querer. - exclamou a Marta.
O padre Antunes despediu-se deles desejando-lhes um bom trabalho e dirigiu-se para a igreja.
O Rui, entretanto ouviu das boas de Marta que lhe disse que as reuniões do grupo eram segredo e que ninguêm podia saber, nem mesmo o padre Antunes.
- Está bem, desculpa, para a próxima vou ter mais cuidado. Disse o Rui. – Marta, não achas que a Isabella está atrasada? – Já são dez horas.
- Sim, estou a ficar preocupada, não sei o que se passa! Respondeu Marta que subiu para um banco do jardim para tentar vislumbrar a sua amiga.
De repente avistou Isabella que se aproximava a passos largos. Desceu do banco e aproximou-se de Isabella.
- O que se passou minha amiga vens atrasada? – Combinámos às nove horas.
- Peço desculpa. - respondeu Isabella aos soluços motivados pela respiração ofegante pelo facto de ter vindo a correr. – Não conseguia encontrar a minha parte do trabalho porque a minha irmã sem querer arrumou tudo no quarto dela e perdi muito tempo à procura das coisas e antes de sair ainda tive de arrumar o meu quarto.
- Então podemos ir para a garagem do Rui fazer o trabalho antes que chegue a hora do almoço, porque senão não temos tempo de o acabar. - disse Marta com um ar de preocupação.
- Vamos sim. - respondeu Isabella. – Tenho um segredo para vos contar que me deixou muito intrigada e que me fez dormir mal de noite. (Continua... )